BRRRRANCA EM SÃO TOMÉ

05-05-2017

Quem me conhece sabe que a minha grande paixão para além da moda é África!

Alguns dizem mesmo :" Aí tens um sorriso diferente"!

Quando estou por lá sinto que estou em "casa" talvez esta expressão esteja relacionada com conforto ou alguma serenidade misturada com paz de espírito e tranquilidade. É assim que me sinto quando estou por lá. 

De Cabo verde a São Tomé e Príncipe existem muitas semelhanças, claro está. As suas crenças e culturas, os ritmos e sabores, a nossa cultura Portuguesa que em algum dos casos se mistura com a cultura crioula tão quente e musical, a hospitalidade genuinamente sincera dos que nela habitam, a vontade de nos receber e de nos dar a conhecer uma África que quase nunca vem nas noticias ou da boca de quem nunca lá foi. Por vezes me questiono porque foi este povo sempre tão torturado e incompreendido? Como é possível que a maioria não vê o que eu vejo?

Quando regressamos de lá é que nos cai a ficha e percebemos que se calhar andamos enganados neste nosso mundo ocidental. O nosso ritmo acelerado nem sempre nos permite apreciar o que está á nossa volta, falta-nos tempo e espaço porque queremos sempre mais. Lá, o ritmo é a 33 rotações, verdade! Caímos na asneira de perspectivar o seu modo de estar comparativamente ao nosso, sem perceber que a insularidade com uma humidade de quase 80% lhes paralisa os músculos mais pequenos do corpo.

 Sempre me considerei uma pessoa de mente aberta, com vontade de explorar o desconhecido, fascinada pela diferença do comportamento humano. Para mim, a diversidade é algo de belo e muito pouco aborrecido.

Quando me aventurei a viver em São Tomé e Príncipe já tinha experimentado viver em África. Na ilha do Sal em Cabo Verde, ganhei-lhe o gosto e foi difícil arrancar-me de lá. Uma ilha onde pouco ou nada se passa e que vive maioritariamente para o turismo, onde é verão praticamente todo o ano e onde os meus mergulhos no mar se tornaram uma rotina. Quando me desafiei a viver em São Tomé, tinha deixado para trás 20 anos de trabalho como designer de moda, um negócio que um dia foi próspero mas que, apesar do incansável esforço me sugava e me questionava como pessoa.

Nesta fase da minha vida, era importante para mim evoluir como ser humano e refletir sobre a essência da vida e o que de melhor tiramos dela. Foi como um chamamento e em menos de 2 meses estava de novo a viver em África!

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